Semana passada estava limpando o álbum do meu celular e vi uma foto que me fez parar e abrir aquela fenda no tempo que me levou pra longe, muito longe. Era uma “foto da foto” de uma fotografia antiga de um dos álbuns da minha família, com a nossa loja aqui ao lado de casa em sua primeira versão: Casa de Frios do tio Nadinho e papelaria da minha mãe – que por sinal se chamava Amanda Presentes. (seria este um spoiler do tempo? rs) É nessa mesma lojinha que hoje construo o meu sonho, é ali que mora a Loja AM desde 2018.
Nessa foto está o meu tio, que hoje já habita outra dimensão e a minha irmã Aline com 5 ou 6 anos, há quase 26 anos atrás! Meus Deus…Deus, Deusas, Céus, já que chamei vocês aqui pra essa conversa quero contar o quanto acho fabuloso vocês terem pensado nas memórias, terem tido esse cuidado detalhista de sugerir que somos o que vivemos, sentimos e nos lembramos. Porque se a gente não se lembra, por mais que tenha acontecido pode até perder força. Mas quando a gente se lembra…uau.
Eu não sei nem descrever claramente o que eu senti ao ver esse foto. Foi uma mistura de aperto no peito por ver uma ventania de mais de 2 décadas passar diante dos meus olhos, uma saudade gostosa de lembrar do tio Nadinho e da forma tão singular que ele me chamava “Maroquinha”, um susto ao ver minha irmã mais velha tão pequena do tamanho de um ser que hoje eu já poderia até ser mãe, e um certo espanto, confesso, ao ver a loja – o mesmo exato ponto que começou daquela forma tão simples e amorosa como um ganha pão da minha família – hoje ainda ser o nosso ganha pão. Como uma semente que germinou e produziu um jardim. E jardim, inclusive, está no nome da minha mãe.
Gosto de procurar significado em tudo e quando não acho, eu invento. O que seria da gente sem memórias e sem todos que já vieram antes de nós? Pensar que estamos sozinhos e o que construímos é 100% mérito nosso é um erro arrogante. Somos nossos antepassados, somos uma mistura maluca de genes de gente que nos ama bastante mesmo que a gente não saiba ou não queira se lembrar, somos a continuação desse amor. Como um fio, onde a gente se vê no meio em mais uma etapa do tempo. Que a gente nunca se esqueça de onde viemos e as mãos que nos ajudaram.
Continuo a mistura dos meus antepassados, meus avós, tios, pais – dessa teia louca e diversa chamada família. Continuo caçadora de sonhos. Atrevida. Brava. Corajosa. Indomável. Graças a eles. Obrigada por tudo que veio antes de mim, cada suor e cada sorriso. Não sei quem sou sem olhar pra trás, eu sou vocês.
Com amor,
Amanda.
Essa é a loja atualmente, onde tudo começou! <3 – Varginha/MG