é hora de pausar seria um ótimo bordão de despedida dos Teletubies versão adulta, e tenho absoluta certeza que já assistiu pelo menos uma vez esse programa de TV. Eu amava, achava extremamente relaxante ver aquele desenho ingênuo e meio bobo, que me acalmava instantaneamente. Assim como eu também amava Bananas de Pijamas, que já foi tema de um dos meus aniversários, O Fantástico Mundo de Bob e Família Dinossauro. Tenho uma nostalgia absurda quando lembro de como era simples não ser adulta e me dividir entre os deveres da escola, um copo de Nescau a tarde e uma maratona de desenhos. Hoje o meu ritual de relaxamento inclui tantas etapas que a mais difícil se tornou negociar com a minha cabeça pra ela realmente me autorizar a entrega, mas esse é o tema do meu último episódio curtinho, o “Equeci como descansa” – se ainda não ouviu está bem aqui a espera do seu play.
Vou fazer uma pausa. Assim como quase todo mundo está fazendo também em seus recessos e férias de final de ano, numa onda contagiante do “então é natal bora fazer um passeio e esquecer da firma”. Não seria nada mal ver essa onda durar por pelo menos 40 dias hein? Quem aqui não merece 40 dias corridos de férias. Mas não precisa, a gente já se acostumou a dar conta de caber em uma semana, quinze privilegiados dias e voltar abre aspas renovadas fecha aspas. E fica que tem brinde: mesmo que tenhamos férias na firma teremos um job extra para alimentar nossas personas digitais com as tarefas que cumprimos enquanto estávamos descansando, ou dar uma rolada nos feeds para ver as modas.
Com cada vez mais critério olho pra isso tudo e para o que significa pausar de verdade. Ficar em silêncio. Voltar a meditar. Ter satisfação em bater papo sem querer desaparecer em 3 2 1. Dormir no horário que me faz bem. Desentupir minhas lista de tarefas. Soltar o fucking celular que dá whey protein pra minha lista de tarefas. Cogito até desfazer meu whatsapp. A hora de fazer a pausa chega ao som de uma Simone exausta e meio debochada com esse ano todo esquisito que arrastamos, a gente faz piada, reposta meme e até se sente preparada para começar 2022 com o dedão do pé direito fazendo até joinha. Mas a verdade é que não tenho absoluta certeza se realmente estou pronta pra pausar e não voltar repetindo tudo outra vez (musical ***).
Comecei a ler “não aguento mais não aguentar mais – como os MIllenials se tornaram a geração do burnout” da Anne Helen Petersern, essa é a minha leitura de finalzinho e virada de ano. Ouvi a Cris Bartis do Mamilos Podcast falando sobre ele e indicando, abri a outra janela do navegador e já comprei. Foi o primeiro livro que chegou na caixa de correios da minha própria casa, além das contas da Copasa e da Cemig. Me senti mais viva e contente naquele momento. (rs) Nas primeiras páginas já bateu aquela inconfundível sensação de que estava dianta da leitura certa neste exato momento do tempo, e já confidenciei com você sobre minha supertição com leituras no episódio “O que eu precisava ler”, lembra?
É hora de pausar, sin-ce-ra-men-te, e é o que farei nas próximas semanas. Não vai durar só 15 dias, e pela primeira vez em toda a minha vida sinto que não tenho a obrigação de informaçar data de início-meio-e-fim de algo que farei como num quadro de recados. Afinal nem eu sei. A minha loja também precisará dessa pausa e o que me abraça é saber o quanto vocês entendem isso tudo, pois muitas vezes sentem até o mesmo. Não é possível que a vida seja só trabalhar, anabolizar a lista de tarefas e sentir culpa por praticar o nadismo, e não só crossfit, yoga, reuniões e alta performance. Sejamos os Tinky Winky’s contemporâneos (rs) que entoam o mantra: é hora de pausar é hora de pausar.
Feliz Natal pra você e toda a sua família amada e um 2022 radiante como uma estrela brilhante no céu, meu pé direito já está pronto aqui, porque sim, sou dessas. Com amor, Amanda.