Recentemente resolvi fazer uma série de vídeos sobre a história da Loja AM contando porque afinal de contas escolhi empreender esse sonho em Varginha. Esse tema vivia no meu radar mas confesso que desde a inauguração da loja – há 2 anos – não sobrou uma lacuna sequer para narrá-la de um jeito bonito. Aí vem esse tal apocalipse, muda a noção de tempo, vira nossas prioridades de cabeça pra baixo, volta com a velha correria como quem não quer nada… e não é que no meio disso tudo certas ideias saem do papel?
A pergunta que mais respondi nos último tempos foi essa: mas porque Varginha hein? E graças a essa pergunta frequente, que no início eu engasgava pra responder, que comecei um mergulho íntimo para entender minhas reais motivações e de onde nascia esse fagulha atrevida que insistia em crescer dentro de mim “simplesmente porque sim”. (Tá, sempre adorei ser do contra, tenho que confessar)
Para saber porque Varginha afinal te convido a assistir a minha série no IGTV, lá no meu Instagram. Hoje quero mesmo é falar sobre a libertação de perceber que há beleza ao nosso redor, mais perto do que pensamos, debaixo do nosso nariz. Sabe esse lugar que você está neste momento? Ele é o seu ponto de partida.
A gente pode começar um trabalho de formiga de onde estivermos, olha que coisa mais bonita. Não tem valor só o que é conquistado lá longe, uma coisa não é melhor só porque surgiu em uma capital ou outro país. Todo canto do mundo e isso inclui a sua cidade (seja ela qual for), é especial e tem seus sonhadores. Inclusive Varginha minha gente (rs). E olha que não estou falando dos artistas, estou falando dos SONHADORES – pessoas que também vislumbram um mundo bom e usam como ferramenta de realização o seu próprio trabalho!
Como estamos caminhando para sermos melhores como comunidade, começar pelo lugar de onde viemos ou moramos atualmente me parece um belo ponto de partida, você não acha? Cresci ouvindo que a minha cidade era um “abre aspas” lugar de gente difícil “fecha aspas” (rs), essa explicação é muito divertida pois abre um leque infinito de interpretações e eu adoro imaginar. Maaas também nos leva pra um lugar de conservadorismo, repetição e pensamentos arcaicos. É isso mesmo que queremos ser? Repetidores limitados? Acho que não né.
As vezes algo que nem é verdade cresce através de tanta repetição sem pensamento crítico e lucidez. Olha as fake news aí para provarem isso.
Concluo com o desafio saboroso de acreditar no lugar onde você vive, na sua cidade, no seu bairro. E procurar se conectar com as pessoas que também estão sonhando parecido e desejando o mesmo frescor que você. Isso pode acontecer voluntariamente por empatia, através de uma renovação de votos (como foi o meu caso) ou simplesmente acontecer em um lugar diferente da sua cidade natal, não importa. O que vale é a gente perceber que o motor realizador está dentro de nós e podemos fazer a diferença no lugar onde vivemos. Mesmo que esse lugar nem esteja no mapa.
Temos muito a aprender com nossos ancestrais indígenas, que tão bem honram suas origens e lutam pela história de sua tribo, muitas vezes desconhecida para o resto do mundo. Sabe um sonho? Nos tornarmos aldeia. Acho que você sabe do que estou falando.
Com amor,
Amanda.