Para mim o processo de criar coisas com as próprias mãos tem um quê de mágico.
Estava pensando sobre o tema que escreveria neste novo post e como sempre tento acompanhar sentimentos e experiências quentinhas, decidi escrever sobre uma das tarefas mais comuns à minha rotina e que, atualmente, depois da tão sonhada obra da loja (contei essa história aqui!), é para onde direciono profundamente meus pensamentos e energias.
Criar produtos não é tarefa fácil. Não é mole. Não é simples. Há erros e frustrações pelo caminho, pode acreditar. Mas é INCRÍVEL. I-n-c-r-í-v-e-l! Um processo singular que me traz aprendizado como inventora (sim, por que não?) e também como menina-adulta. Aprendo que o mais bonito dessa aventura realmente acontece no caminhar: no processo de experimentar, errar, evoluir e de perceber que a sementinha de uma boa criadora de coisas foi plantada láá atrás. Uhum, no início de tudo.
Criar coisas com as próprias mãos é para mim uma paixão-quase-natural. Desde menina invento “artefatos” para vender! Comecei por ímãs de geladeira feitos com adesivos e chapas de raio-x! Vendia nos aniversários de família, no auge dos meus 8 anos. Acho que meus parentes achavam aquilo fofo demais e por isso se tornaram clientes fiéis. E detalhe: eu colava etiqueta com preço e tudo, meu negócio era sério, meu amigo. Depois, evoluí para as bijus de miçangas. E aqui vivi um nirvana! Ganhei uma caixa de materiais “renegados” de uma prima do Rio que mudou de ramo e os aposentou. A mini Amanda, em plenos 9 anos, sentiu que o céu era o limite. Era agora que o mundo me reconheceria como uma grande joalheira! (hahaha)
Aos 10 anos tive a alegria de ser matriculada em um curso de artes manuais, o da inesquecível Tia Vera. A Tia Vera é uma lenda preciosa que muitas pessoas em Varginha conhecem e admiram! As minhas tardes de segunda-feira tinham destino certo, o arco-íris. Poucas atividades extras na infância me empolgaram tanto quanto os meus dias de aula de artesanato. Iniciava as 13h e terminava as 17h, deixando SEMPRE aquele gostinho de quero mais. Quero mais colorir e desenhar, quero mais envernizar a minha escultura em gesso, quero mais pintar telas, quero mais aprender isso e aquilo, quero mais e mais e mais… Ali aprendi diversas coisas: desde pintar panos de prato, criar velas, cestos, caixas, bordados, entre mil surpresas da “aula especial” uma vez ao mês. Que nostalgia! Que saudade gostosa sinto só de lembrar!
Estudei na Tia Vera por 2 anos e, então, a escola foi apertando e precisei da “tarde no arco-íris” para me debruçar sobre livros do colegial. Mas não me conformei, claro. Eu precisava continuar e aprofundar meus estudos nas artes, o que eu mais amava. Comecei um curso especializado em óleo sobre tela, a recém-descoberta-grande-paixão. Até os 14 anos pintei sobre telas e vivi algo de muito mágico! Me sentia ora Modigliani ora Monet. Tinha delírio pelas revistas especializadas em pintura à óleo e inclusive ganhava várias da minha tia, fiel incentivadora! Era dali que eu retirava minhas “futuras obras”. Copiar telas era meu ofício e não havia nada de mal nisso. Era assim que exercitávamos e aprendíamos!
Foi aos 13 anos que vendi o meu primeiro quadro. Uma tela abstrata incrível e vibrante (modéstia a parte!) que estava em exposição do Teatro Municipal da cidade. Exposição de alunos do curso do qual eu tinha muito orgulho! Quatrocentos reais. Eu, em 2003, em minhas 13 primaveras, ganhei a primeira grana alta com algo que eu mesma criei. Sim, R$400 era grana preta há 14 anos e ainda mais nas mãos de uma criança de 13 anos. Tratei logo de pedir para minha mãe abrir uma poupança para mim, afinal, eu precisava aplicar a minha fortuna. OH YEAH, JURO. Aqui em casa meus pais me levam a sério desde sempre e não é que eles abriram mesmo? Fiz essa graninha render tanto, mas tanto, que aprendi que nem o céu era limite.
Daí em diante não parei de acreditar, nem um dia sequer. Tinha sede de aprender cada vez mais, de conhecer novas técnicas artesanais, de testar e vender o que já havia dado certo. Eu tinha muito gás, mesmo quando os livros de física e química consumiam todas as minhas tardes. Mesmo quando passar de ano no Marista era a minha principal meta de vida! Ainda assim, desenhar nos cantos de agendas, arrasar nos trabalhos de maquetes ou cartazes e criar meus próprios designs de cadernos (design ainda era grego pra mim!) continuou fluindo com naturalidade. Perdi a conta de quantas agendas customizei, de quantos desenhos presenteei e de quantas vezes ouvi a minha voz interna garantir que meu ofício seria trabalhar em algo relacionado à criatividade. Era questão de honra criar com amor. Algo quase mágico!
Quando lembro desse caminho tão singelo e especial, entendo por que criar produtos soa com tanta fluidez. Entendo inclusive por que não consigo “glamurizar” algo tão leve e comum aos meus dias. Me orgulho desse caminhar, desde muito pequena. Me orgulho de ter tido todos os incentivos, na hora e no momento certo. Incentivadores que me fortaleceram desde sempre, Mamis, Papis, irmã, Tia Diana, Padrinho, Madrinha, Vovó, Tia Vera e professores inesquecíveis. O incentivo é a alavanca que pode fazer toda diferença!
Hoje, essa força continua por meio de pessoas que a vida me apresentou e com as quais me conecto para dar continuidade ao processo de criar coisas. Pessoas talentosas, confiáveis e admiráveis: meus tão importantes fornecedores. Isso mesmo! Pra mágica toda continuar acontecendo a equipe tem que crescer. Conto com a Paty, minha assistente e braço direito no atelier a quem ensino todos os processos de criação de produtos. E conto com meus parceiros, todos da minha cidade. Pessoas incríveis de Varginha que contribuem para a produção dos meus produtos, com suas habilidades e ofícios. Trabalhamos juntos, com todo amor deste mundo, para criar produtos inspiradores. Produtos que possam encantar corações mundo afora e trazer aquele suspiro de leveza que nossos corações tanto merecem! Que possam trazer, talvez, aquela forcinha a mais para meu cliente também continuar acreditando em seu sonho.
É no caminhar que crescemos e é na sorte de ter aliados e incentivadores, também. Seja um incentivador do seu filho, amigo, mãe, pai, seja quem for. Reconheça quem também te incentivou em sua caminhada. É por essa união de forças que vamos longe, voamos alto! Sim, há algo de mágico em criar produtos. E há algo de mais mágico ainda em saber que o que fica não é apenas um objeto, vai muito além. É amor.
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