ABERTURA da Série Tanto: 01.04.23 / sábado, 16h na Brava Galeria.
Tanto do que posso ser
Tanto pra não mais fazer
Tanto para ser visto
Tanto para ser sentido
Tanto pra rememorar
Tanto para celebrar
Tanto para desistir
Tanto pra chorar de rir
Tanto pra não mais dizer
Tanto para escrever
Tanto pra querer gritar
Até meu corpo entorpecer
Tanto pra desabafar
Tanto para acreditar
Tanto pra me permitir
Tanto pra me encorajar
Tanta raiva pra escorrer
Não espere que eu possa caber
Tanto pra esvaziar
Nessa folha em branco posso me escorrer
Tanto abraça minha confusão
Celebra o caos Reza de pés no chão
Tanto pra perder o medo
Tanto pra manter segredo
Tanto pra não mais brigar
Tanto santo, pra desequilibrar
Tanto medo pra escolher fugir
Fuga boa, pode me encontrar
É tanta coisa que ainda vou dizer
Num quadro branco não dá pra me esconder.
(Primeiro de tantos – Amanda Mol)
A série Tanto é tudo que pode caber em um poema. Me encontro diante do desafio de libertar, a cada passo, a cada pincelada, a cada amanhecer no atelier – a artista que posso ser. O silêncio não me escapa. E ao ouvi-lo, me escuto. Este foi o “primeiro poema entre tantos” que me levou ao mergulho fora do raso: decidi que a série conteria a escrita. O primeiro texto que escrevi ao escolher o nome da série foi este aqui! Entre pinturas, ilustração, lãs de tapeçaria e poemas, fui mergulhando nos tantos que eu poderia criar. Documentei. Era importante não perder o fio da meada e acima de tudo não temer que as palavras me desnudassem. A escrita me ancora, mesmo nua. Aquela busca por encontrar poesia no meu caos segue soberana. A série Tanto começara a ser escrita no atelier e agora ganha o mundo, demonstrando nossas diferentes expressões:
na subjetividade e espontaneidade dos abstratos
na mistura entre bordados e tinta que se abraçam
nos tons quentes e vibrantes que parecem celebrar nosso feminino
na sequência de mulheres que se chamará Helena, em homenagem à minha avó materna e terá nomes das mulheres da minha vida
nas pinturas com mescla de ilustrações à lápis de cor que rememoram as texturas de infância
nos poemas escritos sobre as obras, fragmentos de tudo que escrevi pelo caminho
nos poemas puros
nas ilustrações
e nas tapeçarias, meu ponto de atrevimento por não criar só onde me confortável.
Tanto é um desembaraço, um livro de memórias e uma caixa de surpresas do que ainda pode emergir.
Somos esse poema.
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Acompanhe o processo criativo no atelier!
Visite a Brava Galeria no evento de ABERTURA.
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